Open Source Hardware: a filosofia por trás do projeto Arduino Deixe um comentário

Open Hardware, Open Source, Código Aberto ou Hardware Livre são algumas das formas com que o Open Source Hardware é conhecido. Os nomes podem ser vários, mas a ideia principal é bem fácil de ser entendida!

Neste artigo, entenda o que é o Open Source Hardware, como ele funciona e quais as suas principais vantagens!

O que é Open Source Hardware

De modo geral, os Open Hardwares são plataformas cujo design, código ou tecnologia podem ser replicados, customizados e distribuídos gratuitamente. Ele é parte fundamental da cultura maker, que tem a colaboração e a sustentabilidade como dois de seus pilares fundamentais.

Existem dois tipos de licenças, com características específicas, as copyleft e as permissivas. Vamos falar mais sobre elas abaixo, mas, de modo geral, elas seguem os seguintes princípios: Hardware pode ser modificado, usado comercialmente e distribuído; hardware pode ser modificado e usado de forma privada; a licença e os direitos precisam ser incluídos no hardware; os autores não provêm garantias.

Hardware ou software?

Os softwares livres ficaram muito populares no início nos anos 2000. O Linux, por exemplo, é um sistema operacional de software livre, que pode ser distribuído gratuitamente. Embora a ideia do Open Hardware seja similar à do software livre, são coisas diferentes. O hardware é a parte física da máquina, as peças que a compõem, como as placas operacionais e de memória. O software, diferentemente, engloba os programas que fazem com que o computador, como aplicativos e sistemas operacionais.

As licenças de Open Hardware

Os códigos abertos representam uma situação um pouco incomum. Afinal, nesses casos, o autor quer que a sua obra seja compartilhada e editada para a produção colaborativa. Entretanto, o padrão ainda é que criações autorais sejam protegidas por leis.

Músicas, filmes, fotografias, pinturas ou códigos, tudo aquilo que é fruto da criação autoral tem seus direitos protegidos. Essa proteção acontece de forma automática, mesmo quando o autor deseja compartilhar o trabalho. Por isso, as obras livres precisam de licenças explícitas que atestem essa característica.

Como adiantamos acima, existem dois tipos de licença: copyleft ou permissivas. Veja aqui alguns exemplos.

Licenças copyleft:

  • Creative Commons Attribution Share-Alike (BY-SA): permite que outros distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o trabalho, mesmo comercialmente, desde que creditem o autor pela criação original. Exige que as produções derivadas também sejam em código livre.
  • GNU General Public License (GPL): A GNU General Public License é uma licença gratuita para software e outros tipos de obras. Ela garante a liberdade de compartilhar e alterar todas as versões de uma obra e também que ele permaneça como livre para todos os seus usuários.
  • Hardware-Specific Licenses: TAPR OHL, CERN OHL

Licenças permissivas

  • FreeBSD license: Também chamada de “Licença BSD Simplificada” e “Licença FreeBSD”. Diz que a redistribuição e uso em formato fonte e binário, com ou sem modificação, são permitidos desde que mantenham o aviso de direitos autorais acima e a lista de condições e uma isenção de responsabilidade do autores.
  • Creative Commons Attribution (BY): essa licença é similar à Creative Commons Attribution Share-Alike (BY-SA), com a diferença de que não exige que os produtos derivados também sejam feitos em código aberto.

Como publicar um Open Source Hardware

Além da Licença e da Guia da Licença, a publicação de um open source Hardware deve vir acompanhado de pelo menos dois arquivos auxiliares: um com as orientações de uso e outro que documente todas as modificações feitas no projeto, até aquele momento. É importante que eles possam ser lidos sem a necessidade de programas ou aplicativos pagos.

As orientações devem conter informações como a lista de materiais necessários para o projeto, fotos e imagens (se possível em 3D). Além disso, é preciso incluir os arquivos usados para a fabricação da peça.

Também é possível incluir sugestões de aplicações, instruções para uso e montagem e outras informações que os makers julgarem relevantes. É importante que o conteúdo seja editável, como um arquivo de texto, um wiki, ou o Google Docs.

As vantagens do Hardware Livre

Antes de destrinchar os benefícios dos Hardwares de código aberto é importante esclarecer que isso não quer dizer que ele será totalmente gratuito, afinal ainda existem os custos de produção e matérias-primas do projeto. Na prática, significa que as pessoas possuem acesso à “receita” do hardware, mas ainda precisam arcar com a execução.

Optar por um Open Source Hardware é dar liberdade e vida às suas ideias. Quando você permite que outras pessoas utilizem aquele código para criar novas aplicações, funcionalidades, etc., toda a comunidade ganha com inovação tecnológicas e barateamento dos preços, entre tantos outros benefícios.

O compartilhamento de conhecimento é uma das maiores vantagens dos hardwares livres. Um produto aberto acaba por fomentar a criação de todo um ecossistema de makers, que vai permitir que ele continue sempre a evoluir e também que novos projetos surjam a partir dele.

Conheça o Arduíno

Desenvolvido com base no conceito open source, o Arduino é um hardware de prototipagem eletrônica em placa única, muito versátil. A ferramenta é bem fácil de usar, tem preço acessível e permite a criação de inúmeros projetos. Existem diversos modelos de placas, que podem ainda ser aprimorados com o uso de shields, módulos e sensores.

Com o Arduíno, é possível criar projetos variados em eletrônica, desde os mais simples, até aplicações intermediárias como Internet das Coisas (IoT), Robôs, Sistemas de Automação Residencial ou Industrial, Alarmes e outros.

Qual a licença do Arduino

O Arduino é licenciado pela Creative Commons Attribution Share-Alike. Isso quer dizer que ele pode ser distribuído e reutilizado, desde que o criador seja creditado e qualquer obra derivada seja disponibilizada com a mesma licença, ou outra similar.

Existe diferença das placas Arduino originais e licenciadas?

Não existe nenhuma diferença entre as placas Arduíno originais e as licenciadas, ou derivadas. Por conta da sua licença, a ferramenta pode ser replicada e, até mesmo, revendida com nomes diferentes, desde que a nova placa também seja licenciada.

No momento, a placa Arduino Uno R3 é a mais vendida e utilizada. É a melhor opção para quem está começando em eletrônica e programação e possui uma boa quantidade de portas, além de ser compatível com diversos shields e módulos. Saiba mais!

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